
O Flamengo não apenas goleou o Corinthians por 4 a 0 no Maracanã, pelo Campeonato Brasileiro de 2025, como também estabeleceu novos recordes de público pagante e arrecadação nesta edição do torneio. Porém, um tema que tem gerado debates entre os torcedores é o custo para acompanhar o time no estádio: afinal, os ingressos estão mais caros?
A análise realizada pelo Gato Mestre indica que a resposta é dupla: sim e não.
Utilizando a “calculadora do cidadão”, ferramenta oficial do Banco Central, e com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o levantamento revela que o preço dos ingressos sofreu variações relevantes nos últimos anos.
Desde 2013, primeiro ano da gestão de Eduardo Bandeira de Mello na presidência do clube, foi observado um padrão: nos anos seguintes às eleições presidenciais do Flamengo, o valor médio dos ingressos costuma sofrer reajustes. Essa tendência se repetiu também nas gestões de Rodolfo Landim e do atual presidente, Bap. No contexto histórico, o aumento registrado em 2025 é o quarto maior desde o início da série analisada. A temporada de 2020 foi desconsiderada, já que os jogos ocorreram sem público devido à pandemia de Covid-19.
Em números absolutos, o valor dos ingressos subiu: desde a reabertura do Maracanã em 2013, após as reformas para a Copa do Mundo, o tíquete médio dos jogos do Flamengo no Brasileirão saltou de R$ 46,33 para R$ 71,66 — um crescimento de 54,67%.
No entanto, ao corrigir os valores pela inflação acumulada no período (97,29%), o cenário muda. Se acompanhasse apenas a inflação, o ingresso médio deveria estar em torno de R$ 91,41. Ou seja, em termos reais, o preço médio subiu menos do que a inflação.
Outro dado relevante é que, em relação ao salário mínimo, o impacto do custo do ingresso diminuiu: em 2013, o valor médio representava 6,83% do salário mínimo; em 2025, caiu para 4,72%.
*O Gato Mestre é composto pelos jornalistas Arthur Sandes, Davi Barros, Guilherme Giavone, Guilherme Maniaudet, Guilherme Marçal, Gustavo Figueiredo, Ingrid Fernandes (estagiária), Leandro Silva, Roberto Maleson, Roberto Teixeira, Rodrigo Breves e Valmir Storti, além dos cientistas de dados Paulo Pestana e Vitor Patalano.