
Alvo do Flamengo para reforçar o ataque, João Félix é um jogador de grande versatilidade ofensiva, mas que ainda busca retomar o brilho que o colocou entre as maiores promessas do futebol mundial. Aos 25 anos, o português já atuou como ponta-direita, ponta-esquerda, segundo atacante, centroavante e até como camisa 10, mas seu melhor rendimento foi mesmo jogando ao lado de um centroavante fixo.
Depois de ser vendido pelo Benfica em uma transferência histórica de 127,2 milhões de euros (cerca de R$ 827 milhões), João Félix encontrou dificuldades para se firmar no mais alto nível da Europa. Hoje no Milan, emprestado pelo Chelsea, o atacante é visto como uma aposta de alto risco, mas também de alto potencial pelo Flamengo.
Melhor como segundo atacante
João Félix viveu seus melhores momentos no Atlético de Madrid, formando dupla de ataque com Luis Suárez entre 2020 e 2022. Atuando como segundo atacante, tinha liberdade para circular no setor ofensivo, criar jogadas e participar mais diretamente das ações de ataque.
Durante esse período, o português marcou 20 gols e deu 12 assistências, com uma média de 0,43 participações diretas em gols por partida. Foi neste esquema de dupla de ataque tradicional — hoje cada vez mais raro no futebol europeu — que João Félix melhor desempenhou seu futebol.
Dificuldade como ponta e camisa 10
Após sair do Atlético, João Félix passou a atuar mais aberto pelos lados, principalmente pela esquerda, tanto no Barcelona quanto no Chelsea e agora no Milan. Nessas funções, seu desempenho caiu.
Sem a velocidade característica de pontas tradicionais e mais dependente da técnica e da movimentação, o português virou um “ponta construtor”: ao invés de buscar o fundo, prefere puxar para o meio e ajudar na criação de jogadas.
Essa adaptação não trouxe o mesmo impacto, e o jogador passou a receber críticas por uma suposta falta de intensidade dentro de campo.
Negociação difícil, mas possível
Apesar do interesse do Flamengo, o caminho para contar com João Félix ainda é complexo. Benfica e Galatasaray também monitoram a situação do atacante. No entanto, o Chelsea, que não planeja reaproveitá-lo, pode facilitar uma nova negociação por empréstimo.
Enquanto observa o mercado, a diretoria rubro-negra avalia que, se for utilizado da maneira certa — com liberdade atrás de um centroavante como Pedro — João Félix pode reencontrar o grande futebol que o projetou no cenário mundial.