
O Flamengo venceu o Deportivo Táchira e garantiu a classificação para as oitavas de final da Libertadores. No entanto, mais uma vez, o time passou com dificuldades na fase de grupos e terminou em segundo lugar no grupo, o que já se tornou um padrão recente do clube na competição.
Para o jornalista André Rocha, essa situação é “totalmente desnecessária” e reflete uma mentalidade perigosa que o time vem alimentando nos últimos anos.
“O que aconteceu foi completamente desnecessário. É impressionante como o Flamengo consegue se complicar na Libertadores, especialmente na fase de grupos, nos últimos anos..”
Pela terceira vez consecutiva, o Flamengo chega às oitavas de final sem a vantagem de decidir em casa, aumentando as chances de enfrentar logo de cara adversários mais qualificados. André acredita que essa condição não pode ser tratada como algo normal, muito menos aceitável para um clube do tamanho do Rubro-Negro.
Ele citou, inclusive, uma fala do zagueiro Léo Pereira após o jogo, como exemplo da mentalidade que considera limitada:
“Mas isso me faz lembrar do que o Léo Pereira comentou na entrevista após o jogo. Eles entraram em campo pensando apenas em vencer, como se o único objetivo fosse se classificar. Para o Flamengo, essa mentalidade é muito limitada, muito modesta. É claro que se classificar é importante, mas o mata-mata é uma outra história.”
Para André, esse pensamento acaba pressionando os jogadores e incentivando uma postura excessivamente conservadora em campo, onde o time joga pelo mínimo necessário. E mesmo que se classifique, o clube entra no mata-mata em desvantagem.
“O Botafogo mostrou isso no ano passado. Eles decidiram tudo fora de casa, chegaram à final e ganharam. Não é tão determinante assim. Mas não podemos ter essa mentalidade de aceitar ser o segundo colocado. Essa situação em que o Flamengo se meteu não pode continuar.”
“Filipe Luís tira responsabilidade do time em toda entrevista”
O jornalista também foi duro com Filipe Luís, criticando a maneira como o técnico se comunica após os jogos. Para ele, o treinador tenta blindar demais o elenco, e acaba tirando o peso das más atuações da equipe. Em vez de reconhecer falhas e cobrar evolução, Filipe costuma valorizar demais os adversários — até quando são tecnicamente inferiores.
“Eu percebo que sempre há um discurso que tira a responsabilidade. Os comentários do Filipe Luís parecem sempre minimizar a responsabilidade do Flamengo. Ele diz: ‘Tem 11 do outro lado’. E acaba exaltando demais o time adversário, superestimando-os, para depois dizer que foi uma vitória heroica, como se jogar contra um time com linha de 5, 6 ou 7 fosse um grande desafio.”
Em tom irônico, André Rocha ainda lembrou uma comparação feita pelo treinador que gerou incômodo:
“E comparar o Táchira com o Crystal Palace? Não dá. Essa mentalidade não pode continuar, não dá para seguir assim.”
O jornalista encerrou com uma crítica mais ampla à postura institucional do Flamengo nas últimas campanhas de Libertadores:
“No Flamengo, é preciso ter consciência de que há um grande elenco, um investimento significativo, e uma torcida enorme, a maior do maior país da América do Sul.”
Próximo compromisso antes do Mundial
Com a fase de grupos encerrada, o Flamengo agora se prepara para enfrentar o Fortaleza no próximo domingo (1º), às 18h30, no Maracanã. A partida é válida pelo Brasileirão e pode colocar o time na liderança, dependendo dos outros resultados da rodada. Depois disso, o foco se volta para o Super Mundial, nos Estados Unidos.