O Flamengo foi a São Paulo e deu um recado claro ao vencer o líder Palmeiras por 2 a 0, neste domingo (25), no Allianz Parque. O duelo direto pela ponta do Brasileirão terminou com festa rubro-negra e muita reclamação por parte dos palmeirenses, especialmente em relação à arbitragem de Ramon Abatti Abel.
Com Abel Ferreira suspenso, coube ao auxiliar João Martins se pronunciar. Como já virou rotina, o discurso foi marcado por insinuações, críticas pesadas e desconfiança sobre a condução do jogo.
“Dois pênaltis contra o Flamengo? Impossível”, diz João Martins
Logo na abertura da coletiva, João Martins questionou diretamente o critério da arbitragem e acusou o árbitro de não marcar um suposto segundo pênalti para o Palmeiras:
“Sabíamos que era impossível marcar dois pênaltis contra o Flamengo, houve pênalti claro do Alex Sandro (em Vitor Roque), mas aí o Sr. Wagner (Reway) não viu. Sabíamos que não ia ver. Temos que ser sinceros: dois pênaltis contra o Flamengo em 45 minutos é impossível no Brasil, principalmente aqui há sempre a lei do jeitinho brasileiro e da compensação.”
O auxiliar palmeirense ainda disparou mais uma vez contra o árbitro de vídeo:
“Sabíamos depois de marcar um pênalti a favor do Palmeiras, o Palmeiras teria que fazer um gol, porque depois vai ser sempre contra. Já marcou um a favor, depois é sempre contra. É assim que funciona aqui. É assim que temos que viver em 45 minutos. Aqui sempre há a lei do jeitinho brasileiro da compensação. Mais uma vez, o Sr. Wagner [do VAR] decidiu o jogo.”
Weverton reclama do VAR, mas admite méritos do Flamengo
Um dos protagonistas da polêmica foi o goleiro Weverton. O camisa 21 se revoltou com a arbitragem brasileira e criticou o uso do VAR no país:
“Sendo bem sincero, é muito difícil. De novo, a gente falando de arbitragem. Todo final de semana alguém vai ser prejudicado, alguém vai ser beneficiado. Agora, é incrível como o VAR funciona em todo lugar do mundo, nas grandes ligas, e nós brasileiros temos a categoria de cagar com tudo.”
Weverton reclamou também da demora nas checagens e da falta de autonomia do árbitro de campo:
“Porque o árbitro tem de ter autonomia. Ele viu, estava na frente dele. Quando você chama para ver um lance na TV, o cara para. Óbvio que qualquer contato parece falta. Em todo lugar, o árbitro vai no VAR, olha 30 segundos, 20 segundos, e volta. Aqui, demora três, quatro, cinco minutos.”
“Rola discussão entre o árbitro de vídeo e o árbitro de campo, e isso não é a função do VAR. A função do VAR é corrigir erros óbvios e claros, aqueles que não deixam dúvida para ninguém. Onde existe dúvida, não tem que chamar, tem que deixar o hábito decidir.”
Apesar das críticas, o goleiro não tirou o mérito do Rubro-Negro:
“Não estou falando que é para o Palmeiras. Falei no começo: todo final de semana, alguém é beneficiado e alguém é prejudicado. Uma vez é o Palmeiras, outra é o Flamengo, amanhã vai ser o Palmeiras beneficiado por alguma coisa. É o futebol, não é problema de um. É um problema de todos.”
“Não vamos botar a culpa no VAR, o Flamengo tem seu mérito pela vitória, que isso fique claro. Mas óbvio que um pênalti, naquela altura, não só altera o placar. Muda nosso emocional, nossa forma de ver o jogo. Mas vamos seguir em frente, descansar e melhorar.”
Flamengo avança e agora mira a Libertadores
Com o triunfo, o Flamengo chegou a 21 pontos e colou de vez no líder Palmeiras, que segue com 22. A próxima rodada marca a última antes da pausa para o Mundial de Clubes.
Agora, o Rubro-Negro vira a chave e volta suas atenções para a Libertadores. Nesta quarta-feira (28), o time de Filipe Luís encara o Deportivo Táchira (VEN), às 21h30, no Maracanã, em busca da liderança do Grupo C.
