
O diretor de futebol do Flamengo, José Boto, acredita que o futebol brasileiro está mais atrativo para jogadores europeus, inclusive portugueses. Segundo ele, o cenário econômico atual permite essa movimentação com mais força do que no passado.
“Eu penso nessa possibilidade, não só de portugueses, mas também de outros jogadores europeus. O futebol brasileiro hoje tem um poder econômico que não existia há alguns anos.”
Enquanto isso, Boto reforçou que o estilo do futebol nacional é um atrativo poderoso para qualquer atleta que deseje jogar fora da Europa.
“Isso, como é óbvio, torna tudo mais atrativo. O povo brasileiro tem uma paixão e um amor pelo jogo que transforma qualquer partida em um espetáculo quase único no mundo. E isso seduz muito qualquer jogador a vir jogar aqui, desde que a parte financeira também seja melhor do que em muitos clubes europeus menores.”
Diretor do Flamengo defende uso do Big Data com cautela
Ainda durante a 3ª Conferência Bola Branca, José Boto comentou sobre o uso de dados e tecnologia no processo de contratação de jogadores. Para ele, o Big Data é útil, mas não pode substituir o olhar técnico e humano.
“Tudo o que possa ajudar numa decisão é bem-vindo. Seja Big Data, seja o que for, é bem-vindo.”
No entanto, ele fez uma crítica direta à dependência excessiva dos números.
“Hoje, com a agressividade que existe na área de scouting no mundo inteiro, por parte de todos os clubes, o Big Data é fundamental, principalmente na triagem de jogadores. Mas, na minha opinião, os dados não podem ser os responsáveis por decidir se um jogador é bom ou ruim.”
“O futebol é diferente de qualquer outro esporte”
Para justificar sua visão, Boto explicou como o futebol tem características próprias que limitam o poder dos dados.
“O futebol é um esporte bem diferente de todos os outros, onde o Big Data tem uma importância grande. É talvez o único esporte do mundo em que um time pode chutar mais vezes ao gol, ter mais posse de bola, criar mais chances e mesmo assim perder a partida.”
Portanto, ele reforçou que decisões estratégicas exigem mais do que números frios.
“Tem que haver sempre um olhar humano sobre os jogadores, não só no scouting, mas também na análise do próprio jogo. É preciso ter alguém com entendimento observando essas questões.”
Olho técnico deve prevalecer sobre os dados
Por fim, Boto deixou claro que não é contra o uso de tecnologia, mas defende equilíbrio e bom senso na sua aplicação.
“Não sou daqueles que dizem que o Big Data não serve. É uma grande ajuda hoje em dia. Mas, na minha opinião, isso não pode ser o que decide ou determina a contratação de um jogador.”