
No time que mais balança as redes e menos sofre gols em 2025, um nome tem sido fundamental. Discreto fora das câmeras, Agustín Rossi mostra dentro de campo que simplicidade é eficiência. O goleiro argentino tem se destacado não só pelas defesas difíceis, mas também por iniciar jogadas com qualidade e tranquilidade. Em ótima fase, ele completou 100 jogos oficiais com a camisa do Flamengo no último clássico contra o Botafogo.
Tranquilidade como marca registrada
Com postura serena e fala calma, Rossi conquistou a confiança da torcida rubro-negra e, principalmente, do técnico Filipe Luís. Nos bastidores e durante os jogos, o diálogo entre os dois é constante. O camisa 1 compartilha orientações, identifica espaços e reforça a organização tática da equipe diretamente com o treinador.
— Acho que essa confiança entre treinador e jogador é importante. Mesmo quando o Filipe jogava ainda, a gente conversava muito nos jogos sobre como deveria defender ou aproveitar os espaços que o outro time dava. Nos falamos muito, não só durante a semana, mas também nos jogos eu me aproximo dele — comentou Rossi.
Referência técnica e emocional
O argentino não se considera um goleiro midiático. Segundo ele, o segredo está justamente em evitar o exagero:
— Não aparento fazer muitas defesas difíceis, porque faço o simples, não gosto de aparecer muito. É meu estilo, sou tranquilo.
Mesmo assim, a torcida reconhece seu impacto. O nome de Rossi tem sido cantado nas arquibancadas e, cada vez mais, o goleiro sente o carinho nas ruas.
Confiança em alta após episódio traumático
Em meio a esse bom momento, Rossi enfrentou um susto. Seu carro foi baleado numa tentativa de assalto logo após retornar de um jogo na Argentina. Apesar do episódio, ele manteve o foco, com mudanças pontuais na segurança da família.
— Quando você vê é uma coisa, mas viver um momento assim, tão de perto, para mim e minha família foi difícil assimilar o que foi e o que poderia ter acontecido — revelou.
Melhor fase no clube e planos de longo prazo
Questionado sobre a fase atual, Rossi foi direto:
— Eu sinto que esta é minha melhor fase no Flamengo, estou tendo meu melhor ritmo de jogo. Sinto que estou na mesma fase de quando o Flamengo me procurou pela primeira vez, em 2022, quando estava no Boca Juniors.
O arqueiro argentino também projeta um futuro duradouro na Gávea:
— Estou muito feliz e eu sei que, se eu faço bem as coisas, vou ficar aqui por muito tempo. Isso que vai trazer títulos, vivência, idolatria.
Decisões pela frente: Palmeiras e Táchira
Neste domingo, o Flamengo encara o Palmeiras fora de casa, em confronto direto pela liderança do Brasileirão. Em seguida, na quarta-feira, decide sua vaga nas oitavas da Libertadores contra o Deportivo Táchira.
— Podemos falar que é uma das semanas mais decisivas, mas ainda vão faltar 28 jogos depois (no Brasileiro) — destacou Rossi. — Eles são muito fortes na casa deles, mas no ano passado levamos a melhor no saldo contra eles.
Segurança e regularidade como diferenciais
Para Rossi, a base do sucesso está na consistência, especialmente em clubes com tanta cobrança.
— Em um clube da magnitude do Flamengo tem muita gente aplaudindo e muita gente xingando também, mas o mais importante na minha posição é a regularidade, é tentar não errar.
Parceria com Filipe e evolução tática
A chegada de Filipe Luís transformou o ambiente e o desempenho da equipe, segundo o goleiro.
— Fizemos uma reflexão para conseguir a Copa do Brasil e, já com mais tempo para treinar na pré-temporada e entender o que o Filipe quer, isso faz sentido nas estatísticas do time, de ter só perdido três jogos.
Defesa sólida começa no ataque
Embora seja o último homem da linha defensiva, Rossi valoriza a compactação da equipe desde os atacantes.
— Obviamente, vão ter jogos em que a gente vai competir menos ou o outro time ter um bom dia, como aconteceu nos últimos jogos, mas estou aqui para quando a bola chegar no gol.
Reconhecimento da torcida e Seleção na mira
O bom momento também aumentou o reconhecimento por parte dos torcedores e acendeu o sonho de vestir a camisa da Argentina.
— Tenho sentido mais (o reconhecimento). Outro dia, os torcedores no Maracanã gritando meu nome foi muito gratificante.
— Se faço bem meu trabalho aqui, se tem alguém me olhando isso pode chegar na seleção.
Início das jogadas e visão de jogo
Além de defender, Rossi contribui com a construção ofensiva. Seu jogo com os pés é elogiado por companheiros e comissão técnica.
— O ataque começa comigo. O Filipe compartilha dessa ideia, de superar a pressão do rival para depois atacar.
Ídolos no gol e semelhança com Alisson
Sobre suas influências, Rossi revelou admiração por Alisson e Weverton.
— O Alisson é o goleiro com quem eu tenho mais similaridade, meu estilo é similar ao dele.
Flamengo nunca saiu da Libertadores
Para o goleiro, o Rubro-Negro sempre esteve vivo na competição continental.
— Não vou falar que Flamengo acordou, sempre estivemos aí, e quarta-feira temos a classificação na nossa mão.