
Desde o início de sua carreira como treinador, Filipe Luís construiu uma relação sólida com a base do Flamengo, trabalhando primeiro no Sub-17, depois no Sub-20, até assumir o time profissional. Para o comentarista Eugênio Leal, da ESPN, essa trajetória representa um trunfo importante para o atual comandante do Mengão, principalmente no processo de adaptação dos jovens no elenco principal.
Em análise recente, Eugênio citou como exemplo o meia Joshua, que estreou com gol na vitória sobre o Botafogo-PB. O comentarista destacou a facilidade que Filipe Luís tem em aproveitar os garotos da base justamente por conhecê-los bem desde as categorias inferiores.
– É uma vantagem do Filipe Luís por ter participado da base do Flamengo. Então, quando chega o jogador, não é um desconhecido para ele. ‘Meu Deus, esse jogador faz o quê? Como é que ele joga? Qual é a característica?’ Não, ele já sabe. ‘Esse menino, inclusive, trabalhei, desenhei jogadas para ele, pela movimentação…’. Então, ele sabe a possibilidade que lhe dá um menino como Joshua e outros que são da base e que são aproveitados, eventualmente, no time profissional, em circunstâncias como de ontem – comentou Eugênio Leal.
Apesar de elogiar o trabalho com a base, Eugênio também fez um alerta: é preciso cuidado para não queimar as promessas do Ninho.
– É importante entender que essa garotada tem que ser tratada com muita calma, com muita calma, pezinho no chão, um pouquinho de cada vez, porque há um risco enorme de você queimar esses jogadores – ponderou.
Atenção redobrada com o futuro dos jovens
Embora Filipe Luís tenha uma relação próxima com os atletas formados no clube, na prática, o aproveitamento de jovens ainda é pontual. Wesley, titular da lateral-direita, é o principal exemplo de efetivação. Outros, como Matheus Gonçalves, ainda lutam por mais minutos em campo. Inclusive, antes do jogo contra o Botafogo-PB, o técnico chegou a ser questionado sobre a pouca utilização do meia-atacante.
O caso de Joshua, por sua vez, gerou grande empolgação após o gol decisivo na estreia entre os profissionais. Eugênio Leal, no entanto, pede moderação para não criar expectativas excessivas.
– Muito legal que o Joshua tenha feito o gol ontem, que deu a vitória ao Flamengo, mas não dá para também jogar muito confete em cima para não atrapalhar o próprio jogador, o futuro dele – alertou.
Outro jovem que viveu uma situação semelhante foi Wallace Yan. O atacante começou a temporada em alta, com bons desempenhos no Campeonato Carioca, mas acabou perdendo espaço após problemas de comportamento.
O trabalho com a base segue sendo uma das marcas da gestão de Filipe Luís. No entanto, como bem lembra Eugênio Leal, o sucesso dos jovens depende não apenas do talento, mas também de um trabalho paciente e consciente para evitar que grandes promessas sejam desperdiçadas.