
Flamengo e outros 31 clubes já conhecem seus adversários no novo Mundial de Clubes. No entanto, a expectativa da Fifa em relação ao público está longe de se concretizar. A 18 dias da abertura do torneio, a venda de ingressos segue em ritmo lento, inclusive para partidas de primeira fase.
Ingressos encalhados e preços salgados afastam torcedores
Mesmo com representantes de peso como Real Madrid, Manchester City, Flamengo e Palmeiras, os bilhetes seguem disponíveis no site oficial da Fifa. Os preços variam de US$ 33 (R$ 187) até cifras impressionantes de US$ 4 mil (R$ 22,6 mil) para quem deseja assistir à grande final, no MetLife Stadium, em Nova Jersey, dia 13 de julho.
Apesar da baixa procura, a entidade máxima do futebol optou pelo silêncio. Procurada pela reportagem, a Fifa não divulgou parciais de vendas por jogo ou no total. No mês passado, limitou-se a publicar um top 10 com os países que mais compraram entradas até agora.
Brasil é o 2º país que mais comprou ingressos
Segundo a própria Fifa, o Brasil aparece atrás apenas dos Estados Unidos na lista de países com mais ingressos adquiridos. A forte presença brasileira no torneio — com Botafogo, Flamengo, Fluminense e Palmeiras — explica o bom desempenho no ranking.
O jogo entre Flamengo e Chelsea, inclusive, figura entre os cinco mais procurados pelos torcedores até agora. A promessa de um possível reencontro com os ingleses, rivais na final de 2022, atrai o interesse da Nação Rubro-Negra.
Boca Juniors lidera interesse nas arquibancadas
Se o Brasil domina em número de representantes, é o Boca Juniors quem deve levar mais torcida aos estádios. Dois dos cinco jogos com maior número de ingressos vendidos envolvem o clube argentino: os confrontos contra Bayern de Munique e Benfica, ambos marcados para o Hard Rock Stadium, em Miami.
A explicação para a liderança do Boca pode estar no perfil da torcida argentina nos Estados Unidos, bem como na localização dos jogos em cidades com forte presença latina.
Ingressos mais caros desanimam torcedores
A discrepância nos preços também ajuda a explicar a lentidão nas vendas. Jogos entre clubes europeus e sul-americanos receberam valores mais altos. O duelo entre Palmeiras e Inter Miami, por exemplo, tem o ingresso mais barato a US$ 113 (R$ 640), justamente por envolver a equipe de Lionel Messi.
Já as partidas do Verdão contra Porto e Al-Ahly, em Nova Jersey, estão mais acessíveis: US$ 45 (R$ 255) e US$ 48 (R$ 272), respectivamente. Há ainda pacotes de viagem com hospedagem e ingressos. No caso do Palmeiras, o pacote turístico completo parte de R$ 38 mil por pessoa.
Real Madrid tem os ingressos mais caros do torneio
Ninguém pagará mais caro para ver seu time do que os torcedores do Real Madrid. As entradas para jogos da equipe de Vinícius Júnior e companhia custam a partir de US$ 127 (R$ 720). Contra Pachuca, Salzburg e Al-Hilal, os valores sobem para US$ 163 (R$ 923) e US$ 234 (R$ 1.326), dependendo da partida.
Nova fórmula, 12 cidades e mais de US$ 1 bi em premiações
O novo Mundial de Clubes será disputado entre os dias 15 de junho e 13 de julho, em 12 cidades dos Estados Unidos. Pela primeira vez, a competição contará com 32 equipes, sendo 12 da Europa e 6 da América do Sul. Ao todo, a Fifa distribuirá mais de US$ 1 bilhão (cerca de R$ 5,6 bilhões) em premiações.
Torcedores que adquirirem os pacotes mais caros terão prioridade na compra de ingressos para a Copa do Mundo de 2026, que também será sediada nos EUA, Canadá e México.
No papel, tudo parecia grandioso. Mas na prática, os altos preços e o pouco apelo de alguns jogos têm feito o torcedor pensar duas vezes antes de investir. O desafio da Fifa, agora, é encher os estádios e justificar a aposta bilionária.