
Após a classificação do Flamengo para as oitavas da Libertadores, Filipe Luís voltou à sala de imprensa do Maracanã e comentou a dificuldade do time em furar o bloqueio do Deportivo Táchira. Um dos temas abordados foi a ausência de finalizações de longa distância. O treinador não fugiu da resposta e explicou que a decisão vem de dentro de campo.
— Porque, primeiro, isso é uma característica dos jogadores. Luiz Araújo e Pedro têm essa qualidade, enquanto os outros são mais associativos, têm menos força no chute, não se sentem à vontade ou não tiveram oportunidades claras para finalizar. A decisão é dos jogadores; nós treinamos chutes de fora, na área, fazemos de tudo. São os jogadores em campo que tomam as decisões — explicou Filipe.
A torcida rubro-negra, que vinha cobrando mais ousadia e variações ofensivas, ganhou uma resposta direta do comandante: os jogadores são orientados, mas cabe a eles optar pelo momento ideal de arriscar.
Filipe rebate crítica sobre pouca ofensividade
Durante a coletiva, o técnico também reagiu às críticas sobre a postura ofensiva da equipe, especialmente após um jogo em que o Rubro-Negro dominou a posse de bola, mas criou poucas chances reais. Filipe detalhou o posicionamento tático da equipe e rebateu a ideia de que faltou volume no ataque.
— O Flamengo tinha Léo Ortiz, Pereira e Allan que ficavam atrás. Wesley, Alex Sandro e Gerson que passavam para o ataque. Michael, Arrascaeta, Pedro e Luiz Araújo. Atacante com sete. Mais ofensivo do que com sete jogadores, é muito difícil — destacou o treinador, referindo-se à presença massiva no campo adversário.
Segundo ele, a dificuldade em quebrar o ferrolho montado pelo Táchira não foi por falta de agressividade, mas sim pela barreira criada pelos venezuelanos, que defenderam com praticamente todos os jogadores atrás da linha da bola.
“Tentamos de todas as formas”, garante o técnico
Filipe também listou os recursos usados para tentar furar o bloqueio do Táchira, como cruzamentos, jogadas ensaiadas e bolas paradas. Para ele, o Flamengo buscou o gol com alternativas plausíveis diante de um cenário extremamente fechado.
— O Flamengo contava com Léo Ortiz, Pereira e Allan na defesa. Wesley, Alex Sandro e Gerson eram os que avançavam para o ataque. Michael, Arrascaeta, Pedro e Luiz Araújo. Atacante com sete. Ser mais ofensivo com sete jogadores é um grande desafio. Muitas vezes, tínhamos seis e o lateral se juntava ao ataque. Frequentemente, o adversário se fecha com dez na área, e tentamos entrar de outras maneiras, com chutes de fora, cruzamentos, e jogadas de bola parada; essa é a estratégia para furar uma defesa tão bem armada. Será que devemos colocar mais jogadores no ataque? — comentou.
O treinador ainda ironizou a ideia de que poderia ter colocado mais atacantes em campo. “Colocar mais jogadores para o ataque?” — disse em tom retórico, dando a entender que a equipe já estava no limite de ofensividade possível, diante das circunstâncias do jogo.
Desempenho será chave no mata-mata
Com o sorteio das oitavas se aproximando, o Flamengo terá pouco tempo para ajustes. Apesar da vitória e da classificação, o desempenho do time ainda levanta dúvidas para os confrontos eliminatórios, onde o grau de dificuldade será ainda maior.
Filipe reconhece os pontos a melhorar, mas segue confiante no elenco. Para ele, o importante é estar vivo na competição e seguir em evolução.