
O Flamengo que venceu o Palmeiras no Allianz Parque não foi o mesmo de outros jogos sob comando de Filipe Luís. O colunista Rodrigo Mattos destacou em sua análise que o Rubro-Negro alterou completamente sua abordagem tática e desestabilizou o modelo reativo de Abel Ferreira.
Flamengo controlou ritmo e frustrou modelo alviverde
Mattos elogiou a estratégia adotada por Filipe Luís e pontuou que o treinador abriu mão de seu estilo usual para conter o adversário:
“Seu time foi armado para tentar controlar o ritmo do jogo, evitar acelerações, priorizar a manutenção da linha defensiva. Não havia a marcação pressão em Weverton, nem a linha alta de zaga, nem o frenesi que caracteriza o seu jogo.”
Segundo ele, isso quebrou o plano palmeirense:
“O Flamengo impôs enormes dificuldades a um Palmeiras que vai bem de fato quando é reativo. E por isso pena em casa, e leva vantagem fora dela.”
Críticas ao pênalti e à arbitragem
Rodrigo também comentou sobre os lances polêmicos envolvendo a arbitragem. Ele considerou o pênalti marcado em Varela duvidoso:
“Pela imagem do VAR, impossível dizer se estava dentro ou fora – a infração é clara.”
Além disso, criticou a postura de Ramon Abatti Abel ao poupar Gustavo Gómez de um segundo cartão amarelo:
“Decidiu ignorar uma entrada com a sola no pé em Luiz Araújo que era clara para uma segunda sanção e expulsão.”
Varela como volante e a virada do jogo
Com a lesão de Gerson no segundo tempo, Filipe Luís optou por improvisar Varela no meio. Rodrigo considerou a decisão acertada:
“Outro acerto do técnico rubro-negro diante da escassez.”
O jornalista destacou o lance do pênalti sofrido por Arrascaeta como consequência direta da pressão do Palmeiras:
“Foi justamente saindo de uma pressão do Palmeiras que o Flamengo superou e achou seu gol de pé em pé.”
Flamengo matou o jogo na ironia das estatísticas
Rodrigo ironizou os números da partida para enaltecer a vitória:
“O Flamengo, que só arrematou sete vezes no gol, fazia o segundo. O Palmeiras, que costuma ganhar em uma bola e concluiu 13 vezes, perdia em jogadas pontuais.”
Crítica ao preconceito pós-jogo
A coluna ainda fez críticas diretas às reações da imprensa portuguesa e à fala de José Boto:
“Se fosse uma vitória alviverde, diriam que heroica, fruto da resiliência. Como foi rubro-negra, haverá sempre um João ou um Martins para construir narrativas sobre jeitinhos brasileiros.”
“O diretor de futebol do Flamengo, José Boto, foi igualmente preconceituoso ao falar de arbitragem de ‘terceiro mundo’.”
Rodrigo encerrou seu texto com uma alfinetada sobre o suposto moralismo europeu:
“Talvez os Joãos e os Martins possam até nos apresentar provas dessa eterna grande conspiração contra a sua grande Nau de que tanto falam ano a ano.”