
O Flamengo pisa no freio com Pedro e acelera com Viña. Nos bastidores do Ninho do Urubu, o foco é ajustar o elenco fisicamente para a sequência de decisões no Brasileirão, Libertadores e o Mundial de Clubes da Fifa, em junho. Enquanto o camisa 9 ainda está longe da condição ideal, o lateral uruguaio dá sinais de evolução e pode voltar a campo no momento mais importante da temporada.
Pedro ainda longe do ritmo ideal e sob controle rígido
De volta aos gramados desde abril, Pedro segue em um processo lento de recondicionamento físico. Após quase sete meses afastado por uma grave lesão no joelho esquerdo, o centroavante do Flamengo ainda não retomou a titularidade e vem sendo administrado jogo a jogo pela comissão de Filipe Luís.
O técnico já deixou claro, nas últimas entrevistas, que Pedro não tem condição de encarar sequências pesadas sem comprometer sua recuperação. O plano é preservá-lo em parte dos jogos e dos treinos para evitar qualquer risco de recaída.
Preparador explica por que Pedro ainda não engatou
O preparador físico Diogo Linhares detalhou nesta terça-feira (14) o estado atual do camisa 9. Segundo ele, Pedro segue um cronograma individualizado de cargas, respeitando limites traçados após a gravidade da lesão.
— Quando o atleta fica muito tempo afastado, como foi o caso do Pedro, o retorno precisa ser controlado. O modelo do Filipe exige intensidade alta e não dá para acelerar esse processo sem risco. Vamos elevando a carga aos poucos, sem permitir que ele entre em sequência de jogos sem recuperação — afirmou Diogo.
Ele também destacou o impacto da maratona recente do calendário:
— Com partidas a cada três dias e viagens longas, a recuperação entre os jogos fica comprometida. Nosso trabalho é encontrar o ponto ideal para que ele atinja novamente o auge físico, sem pressa. A prioridade agora é individualizar ao máximo os treinos.
Pedro atuou em dois jogos seguidos e depois foi poupado
Pedro foi titular na derrota para o Cruzeiro, no Mineirão, e também no empate contra o Central Córdoba, na Argentina. No último sábado (11), contra o Bahia, no Maracanã, começou no banco e entrou apenas no segundo tempo.
Após o jogo, Filipe Luís reforçou o cuidado com o atleta:
— O Pedro vem de uma lesão gravíssima, de sete meses fora, e já teve uma sequência de dois jogos. Meu papel é dosar os minutos, garantir que ele recupere a melhor forma e consiga atuar com constância sem correr riscos — disse o treinador.
Viña entra na reta final de recuperação e pode voltar no Mundial

Se Pedro ainda requer atenção, Viña finalmente começa a ver a luz no fim do túnel. O lateral uruguaio está fora desde agosto de 2024, quando sofreu uma lesão gravíssima no joelho direito, com ruptura de ligamento cruzado, lesão no menisco e fratura da tíbia. Foi operado dias depois e, desde então, segue em reabilitação intensa.
Nesta semana, o jogador voltou a participar de aquecimentos ao lado do grupo, embora a maior parte da rotina ainda seja individualizada. Segundo Diogo Linhares, a expectativa é que Viña seja liberado para treinar com o elenco nas próximas semanas, abrindo caminho para estar à disposição no Mundial de Clubes.
A competição será realizada em junho, nos Estados Unidos, e a delegação do Flamengo embarca no dia 10. Internamente, o retorno do uruguaio é tratado como reforço pontual e valioso para o torneio.
Comissão técnica evita precipitações e prioriza longevidade
Tanto no caso de Pedro quanto no de Viña, a postura do Flamengo é clara: não acelerar o retorno a qualquer custo. Com um calendário cada vez mais exigente, a comissão de Filipe Luís adota uma abordagem cirúrgica no controle físico, prezando pela durabilidade dos atletas.
— O importante não é ter o jogador por um jogo, mas tê-lo inteiro para a sequência. O trabalho do Pedro com o grupo está sendo progressivo e o do Viña está perto de entrar na reta final — concluiu Diogo.