
O Flamengo garantiu sua vaga nas oitavas da Libertadores, mas a atuação contra o Deportivo Táchira, no Maracanã, gerou críticas pesadas de dois comentaristas da Jovem Pan: Flávio Prado e Rodrigo Viga. Ambos apontaram problemas sérios na parte física do elenco e nas escolhas de Filipe Luís, mesmo com a classificação garantida.
Flávio Prado critica queda física do Flamengo
O jornalista destacou que a equipe rubro-negra não apresenta evolução física, mesmo com a temporada já em andamento. Para ele, o time não demonstra força suficiente para manter intensidade durante os 90 minutos.
“Uma coisa que foi colocada aqui, e precisa ser realmente colocada, é que o Flamengo continua com uma condição física deficiente. Mesmo nos jogos do Campeonato Brasileiro, em todas as competições, o time tende a uma queda física no segundo tempo. Isso precisa ser questionado.”
Segundo Prado, o elenco não adquiriu preparo suficiente nem ao longo da temporada.
“Estamos no mês de maio, junho. O Flamengo já jogou vários jogos, é claro. Mas o time em nenhum momento demonstrou essa condição. Ele não veio perdendo a condição, ele não adquiriu.”
Rodrigo Viga engrossa o tom: “Não parece talhado para ser campeão”
Rodrigo Viga reforçou a crítica ao condicionamento do elenco e ampliou o questionamento sobre decisões técnicas. Para ele, o Flamengo não joga como um time preparado para buscar títulos importantes.
“Esse time do jeito que tá moldado, jogando, não parece talhado para ser campeão. Ainda tem muita coisa pela frente, vai ter a parada por conta do Mundial de Clubes, mas o que eu consigo enxergar é um Flamengo que ainda carece da preparação física para em jogos como esse que tem que pressionar, que tem fazer gols, que tem que morder o adversário”, declarou.
Embora apoie a continuidade de Filipe Luís no comando, Viga considera algumas escolhas injustificáveis.
“Do começo ao final falta perna. Você vê hoje ali o Arrascaeta se arrastando em um dado momento. O Gerson também com a língua de fora e acho que existe um erro crasso elementar e básico do técnico Felipe Luiz. Que deixe claro, eu sou altamente favorável à continuidade do trabalho técnico do Filipe Luís, mas algumas escolhas são, para mim, injustificáveis.”
Insistência em jogadores em má fase
Viga citou dois nomes diretamente: Michael e Bruno Henrique. Na visão do jornalista, os dois não vivem boa fase e têm sido mantidos em campo por insistência do treinador. Ele considerou um erro escalar os dois como titulares, apesar das opções que o elenco oferece.
“Não dá para você tentar recuperar jogadores que estão mal tecnicamente, mentalmente, psicologicamente ou qualquer ente da vida. Casos, por exemplo, de Michael e Bruno Henrique dentro de campo. Você tem outras opções, ainda mais ali pro setor de frente, onde o Flamengo tem alternativas. Então, insistir com o Michael como titular, dar tantas oportunidades assim ao Bruno Henrique, dois jogadores que não estão bem, é tiro no pé.”
Flamengo depende de Rossi: “Foi herói mais uma vez”
A atuação do goleiro Rossi foi exaltada como decisiva. Para Viga, o arqueiro evitou um vexame histórico.
“Hoje, se não fosse o ‘São Rossi’, o Flamengo teve eliminado pelo um time que é medíocre do futebol sul-americano, de um país que tem futebol insignificante, que é a Venezuela. E o futebol é tão cruel, tão cruel, tão que o melhor time da chave do Flamengo na fase de classificação foi eliminado, que foi o Central Córdoba.”
Elenco forte, desempenho frágil
Apesar de reconhecer que o clube possui o melhor elenco do país, Viga encerrou sua análise com um alerta importante.
“Do jeito que tá jogando, do jeito que tá à disposição, se apresentar principalmente, vou bater eternamente nessa tecla. Na condição física, o Flamengo hoje não é um time talhado, lapidado para ser campeão da Libertadores da América. Pode beliscar uma Copa do Brasil, pode conseguir um campeonato brasileiro, pode, porque tem o melhor elenco do Brasil. Agora, ser o melhor elenco não é sinônimo de sucesso”, finalizou.