
A ausência de Pedro no time titular do Flamengo diante da LDU, pela Libertadores, foi assunto antes mesmo da bola rolar no Maracanã. Mas, após o triunfo por 2 a 0, com bom desempenho coletivo, o comentarista Vitor Birner avaliou que Filipe Luís acertou ao deixar o camisa 9 no banco de reservas. Para o jornalista, o plano de jogo do técnico rubro-negro foi claro — e funcionou muito bem.
“Acho que o elenco dele permite várias situações diferentes. E eu entendi o que o Filipe fez. Com o Bruno Henrique, até pela parte física do Pedro, a pressão é maior”, disse Birner, destacando que Pedro, após sete meses parado, ainda não tem intensidade para pressionar como Bruno Henrique.
Bruno Henrique confundiu a zaga com mobilidade
Birner analisou que a presença de Bruno Henrique como referência ofensiva — em vez de um centroavante fixo — trouxe dificuldades para a linha de cinco defensores da LDU. Mesmo admitindo que Pedro poderia abrir espaços ao ser marcado por múltiplos zagueiros, o comentarista preferiu destacar o efeito da movimentação constante de Bruno.
“Quando você não tem um centroavante de referência e tem alguém que se movimenta, os zagueiros podem ficar perdidos e até sair para acompanhar esse jogador caso ele vá para os lados, como o Bruno Henrique costuma fazer”, explicou.
Velocidade nas pontas fortaleceu o sistema
Outro ponto valorizado por Birner foi a escolha por escalar Michael e Luiz Araújo como pontas. Para ele, a velocidade e o drible desses dois jogadores ajudam não só na criação ofensiva, mas também na recomposição defensiva, dando mais liberdade para os volantes aparecerem na área.
“Eu entendo o uso de dois jogadores de velocidade pelos lados, que cortam para dentro. A partir do momento em que o Gerson joga mais recuado, esses jogadores viram quase meias — ou atacantes que vão para dentro, junto com os dois volantes”, analisou.
Segundo Birner, o avanço dos laterais e a chegada de Gerson e De la Cruz na área também foram pontos-chave no domínio do Flamengo.
“E quem passa para dar amplitude e fazer jogada de linha de fundo são os laterais. Gerson e De la Cruz são jogadores que entram na área e finalizam quando o time começa a esmagar o adversário”, completou.
Pedro vira trunfo para mudar o jogo
Mesmo fora do time titular, Pedro foi considerado uma arma estratégica importante no banco. Birner destacou que, ao manter o camisa 9 como reserva, Filipe ganhou a opção de mudar completamente o estilo do time caso o plano inicial não funcionasse.
“Tendo o Pedro no banco, você tem um cara que, se as coisas não funcionam, muda o jogo”, afirmou.
Para o comentarista, o Flamengo tem um leque de variações graças à qualidade do elenco, e Filipe Luís soube explorar isso ao máximo. Pedro, nesse contexto, é uma peça valiosa para alterar o ritmo da partida no segundo tempo.
“Ele passa a ter mais possibilidades de mudar o jogo do que teria se tivesse começado com o Pedro”, reforçou.
Plano funcionou e Fla volta ao G-2 da Liberta
Ao final da análise, Birner aprovou totalmente o plano tático traçado por Filipe Luís, elogiando a execução e os resultados em campo. Para ele, o treinador pensou o jogo como um todo e fez escolhas coerentes.
“Acho que ele pensou no jogo como um todo. Vamos ouvir para saber o que ele fez, mas acho que o plano de jogo funcionou. E funcionou muito bem”, concluiu.
Com a vitória, o Flamengo chegou aos oito pontos e entrou na zona de classificação às oitavas da Libertadores. Agora, a equipe se prepara para o clássico contra o Botafogo, neste domingo (18), às 18h30, pelo Brasileirão, novamente no Maracanã.