
O caso envolvendo Bruno Henrique, atacante do Flamengo, e suposta manipulação de apostas ganhou uma reviravolta. Douglas Ribeiro Pina Barcelos, amigo do irmão do camisa 27, confessou participação no esquema investigado pela Polícia Federal.
A informação foi divulgada nesta sexta-feira (13) pelo portal Ge. Em audiência realizada no último dia 4 de junho, Douglas admitiu que sabia previamente da intenção de Bruno Henrique em receber um cartão amarelo, fato que teria sido utilizado para beneficiar apostas esportivas.
Confissão e acordo com o Ministério Público
Douglas foi o único dos dez investigados a fechar um acordo de não persecução penal com o Ministério Público do Distrito Federal. Como parte do acordo, ele terá que cumprir 360 horas de serviço comunitário, além de pagar uma multa de R$ 2.322,13, que pode subir para R$ 5.500 caso ele se mude para o exterior.
Durante a audiência, conduzida pelo promotor Rodrigo Araújo, o agente do MP deixou claro os termos da acusação:
“Presente acordo de não persecução penal tem por objeto fatos relacionados à obtenção e tentativa de obtenção de vantagem indevida em prejuízo de empresas de aposta on-line”,
iniciou o promotor, antes de detalhar:
“Empresas que foram induzidas e mantidas em erro mediante meio fraudulento consistentes no cadastramento de palpites sobre eventos secundários da partida entre a equipe do Clube de Regatas do Flamengo e o Santos Futebol Clube no dia 1º de novembro de 2023, no estádio Mané Garrincha, no Distrito Federal, cuja ocorrência seria provocada de forma criminosa e lhe foi previamente informada. Douglas, feitas todas as considerações, eu pergunto: o senhor confirma que praticou esses fatos?”
De forma direta, Douglas respondeu:
“Confirmo.”
Entenda o caso Bruno Henrique
A investigação aponta que o atacante do Flamengo teria repassado informações ao seu irmão, Wander, sobre a intenção de receber um cartão amarelo no jogo contra o Santos, pelo Campeonato Brasileiro de 2023.
Wander, segundo o inquérito, realizou apostas com essa informação privilegiada e também repassou os dados para amigos e outros familiares, incluindo Douglas. A partir disso, o Ministério Público denunciou Bruno Henrique e seu irmão por estelionato e fraude em evento esportivo.
Defesa de Bruno Henrique se posiciona
Os representantes do jogador classificaram a denúncia como oportunista, sobretudo pela coincidência de ocorrer justamente no dia da divulgação da lista de inscritos para o Mundial de Clubes, competição que conta com o nome de Bruno Henrique.
“A denúncia oferecida pelo MPDFT, além de inteiramente insubsistente, é manifestamente aproveitadora, dado o contexto em que oferecida, coincidentemente na mesma data em que divulgada a lista de jogadores inscritos para o Super Mundial de Clubes da FIFA, na qual consta o Sr. Bruno Henrique.
Embora a medida do órgão ministerial seja oportunista, a sua defesa esclarece que as indevidas acusações formuladas serão técnica e imediatamente refutadas no processo.”
O caso segue em investigação, com Bruno Henrique e seu irmão formalmente indiciados. O atacante, no entanto, segue normalmente com a delegação rubro-negra, que estreia no Mundial de Clubes na próxima segunda-feira (16), contra o Espérance, na Filadélfia.