
A reformulação do Campeonato Carioca a partir de 2026 recebeu o apoio direto do diretor técnico do Flamengo, José Boto. O dirigente, cada vez mais influente nas decisões estratégicas do clube, enxergou na mudança não apenas um avanço local, mas uma oportunidade de influenciar o futebol nacional como um todo. Segundo ele, a iniciativa da Ferj deve servir de inspiração para outras esferas do calendário brasileiro.
“Vai tornar o Campeonato Carioca ainda mais atrativo e espero que todos sigam essa onda da Ferj, e que isso se estenda ao Campeonato Brasileiro, porque vai melhorar e muito a qualidade do futebol no Brasil”, afirmou o português.
Reformulação pode impactar o calendário nacional
O modelo recém-aprovado para o estadual de 2026 prevê uma redução drástica no número de datas: serão no máximo 10 compromissos por clube, cinco a menos do que no formato atual. Essa alteração vem em linha com um desejo antigo do Flamengo e de outras equipes de elite: aliviar o calendário para aumentar a performance esportiva e comercial das competições.
Para Boto, esse é o caminho. Ele apontou o excesso de partidas como um dos maiores entraves para a regularidade do futebol brasileiro, comparando com o que observou ao longo da carreira em outros centros.
“Muito antes de vir para o Brasil eu já considerava o futebol brasileiro um produto extremamente atrativo, que bem vendido não ficava a dever nada a uma Premier League ou outras ligas europeias, mas depois de chegar aqui percebi que o calendário era algo que distanciava de uma qualidade constante nos jogos”, completou.
Estadual em novo formato terá grupos e jogos únicos
A partir de 2026, o Carioca será disputado em dois grupos com seis clubes cada. A primeira fase terá confrontos cruzados: os times do Grupo A enfrentam os times do Grupo B. Os quatro melhores colocados de cada grupo avançam às quartas de final, que ocorrerão entre equipes da mesma chave.
A semifinal será sorteada e, diferente das quartas e da final (que serão em jogo único), será disputada em ida e volta. Essa nova estrutura garante que todo o campeonato seja disputado em apenas 10 datas oficiais, um modelo mais enxuto e alinhado com o nível de exigência de clubes que jogam múltiplas competições.
Grupos definidos para 2026:
Grupo A: Fluminense, Vasco, Volta Redonda, Sampaio Corrêa, Portuguesa e o campeão da Série A2
Grupo B: Flamengo, Botafogo, Madureira, Maricá, Boavista e Nova Iguaçu
Redução de jogos e impacto direto na temporada do Flamengo
O Flamengo, que disputou as primeiras rodadas do Carioca de 2025 com um time alternativo, somou 35 jogos apenas no estadual ao longo desta temporada. Com o novo formato, mesmo que use o time principal desde o início, o número cairá para menos de um terço.
Isso impacta diretamente na gestão física e estratégica do elenco. Com compromissos continentais e internacionais pela frente — como o Super Mundial de Clubes —, o Rubro-Negro poderia chegar a até 87 partidas em 2025 se for finalista em todas as frentes. A nova estrutura estadual permitirá um planejamento muito mais eficiente.
Flamengo apoia mudança e vê oportunidade para ampliar o debate nacional
A diretoria rubro-negra enxerga a medida como um passo importante para repensar o futebol brasileiro de forma mais ampla. Internamente, o clube acredita que a Ferj acertou ao propor um modelo que alia competitividade, racionalidade e calendário enxuto. José Boto endossou essa visão com entusiasmo.
O Flamengo pretende usar essa experiência como argumento em discussões futuras sobre o formato do Campeonato Brasileiro e da Copa do Brasil, defendendo a racionalização do número de datas e o fortalecimento técnico das competições.