
Figura constante nos microfones e bastidores durante a era Rodolfo Landim, Bruno Spindel hoje vive um momento mais discreto no Flamengo. Embora ainda ocupe o cargo de diretor executivo, ele deixou os holofotes e passou a atuar nos bastidores, enquanto seu nome volta a ser cobiçado no mercado.
Atlético-MG, Santos e Vasco procuraram o dirigente nos últimos meses, mas Spindel preferiu permanecer no clube que sempre foi sua casa. Carioca e rubro-negro de nascença, ele optou por seguir contribuindo internamente, mesmo com uma nova estrutura de poder no futebol.
Boto assume protagonismo e ganha autonomia total
Desde que Luiz Eduardo Baptista, o Bap, assumiu a presidência, José Boto passou a ser o principal nome do departamento de futebol. O português, que chegou como homem de confiança do novo mandatário, assumiu responsabilidades amplas e controla todos os movimentos no setor.
O presidente confiou a ele a missão de blindar o futebol e modernizar os processos. Entre as mudanças implantadas, Boto restringiu o acesso de pessoas ao Ninho do Urubu e reorganizou as rotinas internas, o que tem surtido efeito.
Enquanto isso, Spindel, que no passado viajava para negociar reforços e até dava entrevistas pós-jogo, passou a se concentrar nas áreas de planejamento e finanças do futebol. Seu estilo, hoje, é silencioso — mas ainda influente.
Diretor se mantém por afinidade com Bap e história no clube
Apesar da redução na exposição, Bruno Spindel não foi afastado por completo. Sua permanência ocorreu por decisão direta de Bap, que o conhece de longa data e vê valor na experiência que ele acumulou desde 2015, quando foi trazido pelo próprio Bap para assumir o marketing do clube.
Depois, ele virou CEO do futebol em 2018 e, no ano seguinte, assumiu como diretor executivo — função que exerce até hoje, mesmo com mudanças na hierarquia.
Spindel serviu como elo entre as duas gestões e ajudou no processo de transição entre Landim e Bap. Essa ponte foi importante para manter a continuidade administrativa no setor que mais exige estabilidade no clube.
Marcos Braz assume novo desafio no Remo
Enquanto Spindel segue no Flamengo, seu antigo braço direito já mudou de ares. Marcos Braz, ex-vice de futebol e companheiro de muitas batalhas nos bastidores rubro-negros, foi anunciado recentemente como dirigente do Remo.
O movimento marca o fim oficial de um ciclo que começou em 2019, quando a dupla assumiu o comando do futebol e ajudou a montar o elenco que fez história sob Jorge Jesus.
Na apresentação ao novo clube, Braz rebateu críticas de que só sabe trabalhar com cofres recheados. “Já enfrentei momentos difíceis no Flamengo e sei lidar com desafios”, afirmou o dirigente, relembrando passagens anteriores ao boom financeiro da atual era.
Nova fase de bastidores no Flamengo
A gestão de Bap sinaliza uma nova abordagem no futebol do clube. O protagonismo midiático dá lugar a uma postura mais fechada, com menos declarações públicas e mais foco na organização interna.
José Boto cumpre essa função com firmeza. Ele evita entrevistas, toma decisões com autonomia e impõe seu estilo europeu no cotidiano do futebol rubro-negro.
Spindel, por sua vez, permanece por trás das cortinas, contribuindo com experiência e cautela. Por isso, mesmo menos visível, seu papel segue relevante — sobretudo no equilíbrio financeiro do departamento, que exige cada vez mais responsabilidade e planejamento.