
Flamengo e Federação Equatoriana de Futebol vivem dias de tensão após o clube carioca divulgar nota oficial cobrando respeito ao tratamento médico de Gonzalo Plata. A situação, que explodiu na última sexta-feira, é resultado de uma sequência de episódios que começaram em abril e esquentaram nos bastidores nas últimas semanas.
Lesão aconteceu no clássico contra o Vasco
O estopim de toda essa confusão começou no dia 19 de abril. Durante o clássico contra o Vasco, Plata entrou no segundo tempo e relatou dores no joelho direito após o apito final. Mesmo assim, foi liberado para viajar com a delegação para Quito, onde o Mengão enfrentaria a LDU, pela Libertadores.
No entanto, o atacante não conseguiu treinar normalmente. No dia do jogo, foi reavaliado e sequer ficou no banco de reservas. Após o retorno ao Brasil, o clube confirmou um leve edema ósseo no local. A recomendação médica foi clara: só volta quando estiver 100% sem dor.
Plata chegou a atuar com dores
Apesar do cuidado, o equatoriano voltou a ser relacionado para o duelo contra o Corinthians, em 27 de abril, entrando nos minutos finais. Dias depois, enfrentou o Botafogo-PB, pela Copa do Brasil, atuando por 79 minutos. O esforço cobrou seu preço: as dores retornaram.
Em 3 de maio, o Flamengo divulgou que Plata passaria por controle de carga. O clube tratou a lesão com novo procedimento médico e traçou como objetivo o retorno do jogador apenas no Mundial de Clubes.
Comissão do Equador interveio no tratamento
Enquanto isso, o estafe de Plata buscava opiniões externas. Na semana do duelo de volta contra a LDU, no Rio de Janeiro, o técnico Sebastián Beccacece e sua comissão visitaram o atacante, tanto em casa quanto no Ninho do Urubu. O médico da seleção, Celio Romero, chegou a realizar outro procedimento, com abordagem diferente da adotada pelo clube.
Mesmo sem estar recuperado, Beccacece declarou que convocaria o atleta, ainda que apenas para “acompanhar sua evolução”. A Federação Equatoriana formalizou a convocação e ignorou o pedido do Flamengo pela desconvocação do jogador, feito por e-mail junto com o laudo médico.
Fla reage: nota oficial e confronto aberto
A situação se agravou quando, na terça-feira, a federação respondeu ao clube solicitando a liberação antecipada do jogador para os Estados Unidos, antes mesmo do início da Data Fifa. A resposta rubro-negra foi firme: não liberaria antes do prazo e exigiria o retorno do atleta ao Rio, pois a programação de viagem foi alterada.
A decisão do Flamengo reflete o temor real de que Plata jogue mesmo sem estar totalmente recuperado, o que poderia agravar ainda mais a lesão. O clube entende que a conduta da Federação Equatoriana desrespeita não apenas o departamento médico, mas também os direitos do atleta.
Imprensa do Equador repercute conflito
A imprensa equatoriana repercutiu com força a nota divulgada pelo Flamengo. Em programas esportivos do país, a Federação Equatoriana tem sido criticada por ignorar os cuidados médicos do clube brasileiro. Apesar disso, a entidade segue em silêncio e não respondeu aos questionamentos do portal ge até o momento.
Jogador pode ser obrigado a jogar mesmo lesionado
O mais delicado da situação é que Plata, mesmo sem concordar, é obrigado a se apresentar. Caso recuse, pode ser suspenso pela Fifa. O Equador encara o Brasil no dia 5 e o Peru no dia 10, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026. Ou seja, há risco real de o jogador atuar no sacrifício.
Internamente, o Flamengo monitora a situação com preocupação. O clube avalia que a intervenção externa foi desnecessária e teme perder o atleta para o restante da temporada.