
A tão aguardada Copa do Mundo de Clubes começa neste domingo (15) para os brasileiros. E, mais uma vez, a competição mexe tanto com o imaginário dos torcedores quanto desafia a análise dos profissionais, que tentam encontrar um equilíbrio entre o real e o possível.
Na análise do jornalista Gilmar Ferreira, publicada neste sábado, a distância que separa os europeus dos sul-americanos é real. Mas há fatores que mantêm viva a esperança de um choque equilibrado entre potências do Velho Continente e os gigantes da América do Sul.
Férias curtas e desgaste europeu: chance para os sul-americanos
Para Gilmar, uma das principais variáveis que pode nivelar os confrontos é o fim da temporada europeia. Jogadores desgastados, mentalmente contrariados por abrirem mão, mais uma vez, do período de férias, se tornam um fator que pode ser decisivo.
“Os clubes brasileiros precisam aproveitar essa situação, mostrando pelo menos um pouco de organização na defesa, algo que os europeus costumam subestimar”, ressaltou.
Flamengo: o mais preparado entre os cariocas
O jornalista não hesitou em apontar o Flamengo como o clube carioca mais capaz de surpreender no Mundial de Clubes.
“Com apenas quatro gols sofridos em 11 partidas do Campeonato Brasileiro, jogando de forma agressiva no ataque e contando com pelo menos três defensores experientes no futebol europeu, o time de Filipe Luís tem a solidez necessária para equilibrar os jogos. Se isso vai acontecer, não posso afirmar”, analisou.
Ele também cita o Botafogo de Renato Paiva, destacando que, apesar do pouco tempo de trabalho, o sistema defensivo em evolução também credencia o clube alvinegro a surpreender.
Quem defende bem, vence
Para Gilmar Ferreira, o futebol atual é dominado por quem sabe se defender — e não se trata apenas de recuar.
“Hoje em dia, por mais talentoso e ofensivo que um time de futebol possa ser, o que realmente faz a diferença é a sua habilidade defensiva. É fundamental saber diferenciar entre um time que consegue fechar os espaços do adversário e aquele que se retrai, abrindo mão da posse de bola perto de sua própria área. Infelizmente, essa é a realidade”, comentou.
O jornalista ainda destaca que, no futebol moderno, não basta o jogador ser apenas intuitivo. É necessário disciplina, aplicação e inteligência tática.
Flamengo como parâmetro tático no Mundial
Na visão de Gilmar, talvez o maior atrativo da Copa do Mundo de Clubes seja justamente medir o quanto os clubes brasileiros evoluíram no aspecto tático.
Ele lembra que o Palmeiras de Abel Ferreira, até pouco tempo, foi o time mais “europeu” da América do Sul, colhendo frutos ao mesclar pragmatismo com criatividade. Agora, com reformulações no elenco, busca recuperar seu melhor padrão.
O Fluminense de Renato Gaúcho também é citado, porém em escala inferior, dependente da genialidade de Jhon Arias, mais movido pela fantasia do que pela rigidez tática.
Estreia do Flamengo no Mundial
O Mengão estreia no Mundial de Clubes nesta segunda-feira (16), às 22h (de Brasília), contra o Espérance, da Tunísia, no Lincoln Financial Field, na Filadélfia.