
O Flamengo se prepara para mais uma grande jornada internacional, mas, desta vez, um desafio fora de campo também preocupa os bastidores rubro-negros: a alta carga tributária nos Estados Unidos pode comprometer parte das receitas do clube no novo Mundial de Clubes da FIFA.
Impostos nos EUA ameaçam lucro do Flamengo no Mundial
Com previsão de arrecadar até US$ 280 milhões em 2024 e mantendo a liderança absoluta em receita na América Latina, o Flamengo chega com fôlego financeiro ao torneio que será disputado nos Estados Unidos. No entanto, há uma grande pedra no caminho: a tributação americana.
Sem um acordo tributário bilateral entre Brasil e Estados Unidos, o Rubro-Negro pode sofrer bitributação sobre os ganhos obtidos no torneio. Em termos práticos, o clube pode ser forçado a pagar até 40% de impostos sobre a premiação conquistada.
“O Flamengo pode jogar 81 jogos este ano. É muita coisa. É preciso ter um elenco maior, atendimento médico diferente, preparação e tudo mais. É mais complicado do que em outros países, e não acredito que seja sustentável”, alertou Luiz Eduardo Baptista, o Bap, em entrevista a Forbes.
Receita bilionária e posição confortável, mas atenção redobrada
Mesmo diante desse cenário fiscal hostil, o dirigente rubro-negro mantém a confiança na saúde financeira do clube. Segundo ele, o Flamengo tem caixa suficiente para manter a operação por mais de meio ano, mesmo que os impostos no Mundial se confirmem como um grande peso.
“O impacto líquido no Flamengo é positivo, mas não crítico. Nada mudará em nossa vida, porque somos um clube lucrativo no Brasil”, afirmou Bap. “Provavelmente somos o maior clube em termos de receita na América Latina e, de longe, o número um no Brasil. Este ano, a receita provavelmente será de 1,5 bilhão de reais, o que equivale a aproximadamente US$ 270 a US$ 280 milhões. A dívida total ficará entre US$ 25 e US$ 30 milhões. A dívida está praticamente sob controle. Portanto, do ponto de vista da liquidez, temos 6 ou 7 meses em termos de caixa. Portanto, do ponto de vista financeiro, estamos em uma posição forte.”
Prêmio em dinheiro fica em segundo plano
Enquanto os clubes europeus poderão receber até US$ 38,19 milhões já na fase de grupos, os times sul-americanos, como o Flamengo, terão direito a menos da metade: US$ 15,21 milhões. Ainda assim, Bap minimiza a importância dessa premiação.
“A prioridade é o Brasileirão e a Libertadores, mas não vejo como o Mundial de Clubes competiria com essas outras competições”, declarou o dirigente. “A FIFA teve que acomodar todos esses interesses. É a primeira vez que a FIFA faz isso. A FIFA, de alguma forma, tenta lidar com as diferentes realidades de todos esses clubes. Considerando os clubes e o tamanho deles, deve haver uma diferenciação. Dito isso, se a diferenciação proposta pela FIFA for a melhor, só o tempo dirá.”
Preocupação fiscal não abala confiança rubro-negra
Embora o clube enfrente um sistema tributário confuso e exigente em território americano, Bap acredita que a participação no torneio global ainda trará impactos positivos. Inclusive, a diretoria trabalha nos bastidores para encontrar uma forma de reduzir os encargos até o fim da semana.
“Estamos animados com isso. Vai ser difícil, mas estou bastante confiante. Em todas as competições em que o Flamengo participa, esperamos ser o vencedor. Então, espero que o Flamengo chegue à final e seja campeão.”
Entre holofotes e desafios: Flamengo em busca da glória
A nova versão do Mundial de Clubes, com 32 times e sede nos Estados Unidos, é vista como uma grande vitrine global. A FIFA aposta no sucesso do torneio como uma importante fonte de receita, mas clubes como o Flamengo também veem uma oportunidade de fortalecer sua marca no exterior.
Por outro lado, os desafios fiscais e logísticos não são pequenos. No grupo D, o Mengão terá pela frente Chelsea, Esperance de Tunis e Los Angeles FC. As partidas ocorrerão em um momento crítico do calendário, com o time também envolvido no Brasileirão, Copa do Brasil e Libertadores.
Portanto, além do talento em campo, o sucesso nesta jornada dependerá de uma gestão estratégica fora dele — incluindo a capacidade de driblar os impostos.