
O atacante Bruno Henrique, ídolo do Flamengo, seguirá sendo investigado no inquérito que apura suposta participação em um esquema de manipulação de resultados no futebol brasileiro. A 3ª Turma Criminal do Tribunal de Justiça do Distrito Federal negou, nesta terça-feira (4), o pedido de habeas corpus apresentado pela defesa do jogador.
A tentativa da equipe jurídica do atleta era anular a decisão que autorizou a busca e apreensão de seu celular, além de questionar a competência da Justiça Estadual para conduzir o caso. Os advogados alegaram que a investigação tem caráter internacional, citando o envolvimento de plataformas de apostas sediadas em países como Malta, Curaçao e Chipre — o que, segundo a defesa, justificaria o envio do processo à Justiça Federal. Nada disso, no entanto, foi aceito pelo relator, desembargador Demétrius Gomes Cavalcanti.
Pedido de anulação de provas também foi negado
A defesa de Bruno Henrique tentou anular todas as provas obtidas até o momento pela investigação, alegando violação de competência da autoridade judiciária. Além disso, pediu que os dados recolhidos fossem desconsiderados até uma nova análise da instância federal. Os argumentos, no entanto, foram rejeitados integralmente pelo Tribunal.
Dessa forma, o caso segue sob responsabilidade da Justiça Estadual, que já recebeu a denúncia apresentada pelo Ministério Público com base no inquérito conduzido pela Polícia Civil.
Investigação envolve cartão recebido em jogo do Brasileirão
Bruno Henrique é investigado por suposta participação em um esquema de apostas envolvendo a manipulação de cartões amarelos. O lance central do caso é um cartão recebido pelo atacante durante a partida entre Flamengo e Santos, válida pelo Brasileirão de 2023, disputada em novembro.
Segundo os investigadores, o nome do jogador aparece entre os citados em uma possível combinação para forçar punições disciplinares, supostamente ligadas a apostas que previam o recebimento desses cartões.
STJD também acompanha o caso
Paralelamente à esfera criminal, o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) também analisa a situação de Bruno Henrique. O órgão recebeu os relatórios da investigação e pode abrir processo disciplinar esportivo, com possíveis punições no âmbito das competições organizadas pela CBF.
Até o momento, o jogador segue treinando normalmente no Ninho do Urubu e está liberado para atuar. A diretoria do Flamengo acompanha o desenrolar do caso com cautela e mantém o atleta no elenco principal, enquanto aguarda os desdobramentos legais.