
O ex-presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, voltou a agitar os bastidores rubro-negros com declarações fortes sobre a construção do estádio próprio. Em entrevista à “CNN”, Landim colocou em xeque o comprometimento da atual gestão liderada por Luiz Eduardo Baptista, o Bap, e cogitou retornar ao clube caso o projeto não avance.
De acordo com ele, o descaso da diretoria atual com a arena no terreno do Gasômetro é evidente. “Eu tenho dúvidas se essa administração atual é comprometida com a construção do estádio. Tudo que eu venho ouvindo são coisas pequenas passadas para a imprensa, já tentando mudar a narrativa para arrumar uma desculpa para não fazer. Esse é um dos motivos que poderia me fazer pensar em um dia voltar para o Flamengo. Se esse projeto não for levado adiante, isso é uma coisa que pode me motivar no futuro”, afirmou Landim.
Projeto envolvia engenharia e marketing esportivo
Durante sua gestão, que durou de 2019 a 2024, Landim investiu tempo e dinheiro na elaboração do projeto. Ele revelou que contratou uma empresa de engenharia especializada em estádios e também profissionais de marketing esportivo para desenvolver uma arena que atendesse todos os perfis de torcedores da Nação.
“A nossa ideia era criar um grande mix, que incluísse espaço para o torcedor raiz do Flamengo, aquele que gosta de assistir em pé, com ingressos mais acessíveis, além de áreas que ofereçam mais conforto e serviços de maior qualidade”, explicou o ex-presidente.
Nova gestão desacelera cronograma e muda planos
Enquanto Landim prometia a entrega do estádio já em 2029, Bap assumiu o comando do clube no início de 2025 com outra abordagem. Ao contrário da empolgação da gestão anterior, a nova diretoria solicitou novos estudos técnicos e comerciais. Além disso, Bap discorda de pontos fundamentais definidos no projeto original.
Com isso, o prazo estimado para a entrega da arena foi estendido para 2031, dois anos além da previsão anunciada por Landim durante a campanha eleitoral de 2024, quando apoiou Rodrigo Dunshee à presidência.
Camisa “Estádio 29” vira símbolo de protesto
Landim não tem poupado críticas públicas à condução atual do Flamengo. Em alguns jogos recentes no Maracanã, ele apareceu vestindo uma camisa rubro-negra personalizada com o número 29 e o nome “Estádio” às costas. A provocação faz referência direta ao ano em que ele pretendia inaugurar o templo rubro-negro.
A peça virou um símbolo da sua insatisfação com a suposta lentidão da nova gestão. Para muitos torcedores, a atitude de Landim escancara um racha político dentro do clube, que pode ganhar ainda mais força caso o projeto continue sem avanços concretos.
Terreno do Gasômetro foi conquistado em leilão
Vale lembrar que o terreno onde o estádio será construído já pertence ao Flamengo. O clube venceu o leilão do espaço localizado no Gasômetro em 2024, em uma operação comemorada por dirigentes e torcedores. Mesmo com a aquisição concretizada, a falta de anúncios sobre o início das obras reforça o clima de desconfiança entre os rubro-negros.
Por isso, cresce a pressão interna e externa para que a atual diretoria dê um passo à frente. A construção da casa própria é um sonho antigo da torcida e uma das promessas mais emblemáticas das últimas campanhas presidenciais.