
O Flamengo não vai encarar apenas o Chelsea na fase de grupos do Mundial de Clubes. O Rubro-Negro também terá um aliado de peso: o clima. A previsão para o torneio nos Estados Unidos aponta para um dos verões mais quentes da história, com 58,7% dos jogos agendados para o período da tarde, entre 12h e 18h — incluindo o confronto do Fla contra o time inglês.
Afinal, enquanto os brasileiros estão acostumados com o calor nos gramados, os europeus têm histórico de sofrer sob altas temperaturas. Câimbras, tontura, queda de rendimento e até desmaios são riscos reais quando o termômetro passa dos 32ºC.
Clima pode decidir o confronto contra o Chelsea
O Flamengo encara o Chelsea no dia 20 de junho, às 14h, na Filadélfia. A cidade é uma das sedes onde a temperatura deve ficar acima da média durante o torneio, segundo projeções meteorológicas.
A expectativa da Fifa é de que a partida tenha pelo menos uma parada para hidratação por tempo. Mas a pausa não neutraliza os efeitos físicos. O desgaste se acumula e afeta principalmente quem não está adaptado a jogar sob sol forte. E nisso, o time inglês pode sofrer — muito.
Por outro lado, o elenco rubro-negro está acostumado a atuar sob sol forte em várias partes do Brasil, incluindo decisões no Maracanã às 16h, além dos treinos intensos no Ninho do Urubu, em Vargem Grande.
Fluminense lidera ranking de jogos à tarde
Dos clubes brasileiros, o Fluminense será o mais exposto, com duas partidas à tarde. Já o Flamengo entra nesse cenário com o duelo mais importante da fase de grupos contra o Chelsea, marcado justamente para o calor intenso da tarde.
Jogos dos brasileiros sob altas temperaturas:
- Fluminense x Borussia Dortmund – 17/6, às 12h – Nova Jersey
- Palmeiras x Al-Ahly – 19/6, às 12h – Nova Jersey
- Flamengo x Chelsea – 20/6, às 14h – Filadélfia
- Atlético de Madrid x Botafogo – 23/6, às 12h – Los Angeles
- Mamelodi Sundowns x Fluminense – 25/6, às 15h – Miami
Entre os estrangeiros, Dortmund e Auckland City jogarão todos os três jogos da fase de grupos sob sol forte — o que deve impactar ainda mais seu desempenho.
Estádios sem climatização preocupam europeus
Nem todas as arenas do Mundial têm climatização adequada. Em várias cidades-sede — como Filadélfia, Miami e Los Angeles — a previsão é de calor acima do normal em junho. E esse detalhe importa: a diferença entre jogar com 28ºC ou 38ºC pode significar vantagem tática e física.
Cidade | Até 15/6 | 16 a 22/6 | 23/6 a 4/7 | Após 5/7 |
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Miami | Risco Moderado | Acima do normal | Acima do normal | – |
Los Angeles | Risco Moderado | Acima do normal | Acima do normal | – |
Nova York | Risco Pequeno | Perto do normal | Acima do normal | Acima do normal |
Filadélfia | – | Perto do normal | Acima do normal | – |
Orlando | – | Acima do normal | Acima do normal | – |
Histórico já preocupa a torcida
Além disso, o Mundial vai acontecer logo após o fim das longas temporadas europeias. Jogadores como os do Chelsea podem chegar fisicamente desgastados e, agora, terão que lidar com um clima hostil. Já o Flamengo chega em meio de temporada e mais acostumado ao calor e à exigência física.
Calor já derrubou até árbitro em campo
A última Copa América nos EUA mostrou o risco real do calor. Um árbitro assistente guatemalteco desmaiou em campo durante o jogo Peru x Canadá, em Kansas City. E a seleção brasileira chegou a treinar sob 47ºC antes de encarar o Uruguai.
Portanto, não é exagero dizer que o clima pode definir partidas e até classificar times. No caso do Flamengo, essa condição pode ser um trunfo na busca pelo topo do grupo.
Fifa prevê paradas, mas nem sempre é o bastante
O regulamento da FIFA exige paradas para hidratação quando o índice térmico WBGT ultrapassa 32ºC. Em casos extremos, há previsão até de suspensão da partida, mas isso dificilmente ocorre.
Mais provável é que os jogadores sofram no calor, e quem tiver preparo físico, adaptação e inteligência tática para administrar a intensidade vai se dar melhor. Para o Mengão, esse cenário pode ajudar — e muito — contra um adversário europeu.