
O jornalista Rodrigo Capelo, em sua coluna no O Globo, fez duras críticas à prática da venda de mando de campo no futebol brasileiro, ressaltando a falta de transparência que envolve essas negociações. O comentário foi motivado pela partida entre Botafogo-PB e Flamengo, marcada para o Estádio Castelão, em São Luís (MA), pela terceira fase da Copa do Brasil.
Capelo chamou atenção para o fato de que o Botafogo-PB vendeu o mando a empresários não identificados, permitindo que o jogo fosse transferido para um local com maioria esmagadora de torcedores rubro-negros. Segundo ele, o clube teria recebido uma promessa de cota acima de R$ 6 milhões, valor considerado fora da realidade de arrecadação possível apenas com a bilheteria.
O jornalista foi contundente ao afirmar:
— A venda de mando de campo no futebol brasileiro “continua a ser feita na obscuridade, à troco de quê?”. A ausência de clareza sobre quem são os intermediários e como se formam esses acordos é um problema sério, alertou.
Capelo também criticou o impacto esportivo dessa prática, já que os times acabam enfrentando rivais em ambientes hostis, abrindo mão da vantagem de atuar em casa. Para ele, enquanto as autoridades do futebol brasileiro não regularem essa situação, o desequilíbrio esportivo e as suspeitas sobre essas transações tendem a crescer.
A crítica reforça um debate antigo sobre a necessidade de maior regulamentação e fiscalização em acordos de venda de mando de campo.